Por SÉRGIO FREITAS TEIXEIRA
Roberto Sousa é um nome que os madeirenses ainda não esqueceram. Médio preponderante nas três épocas em que representou o Marítimo, optou por não renovar contrato com o clube verde-rubro, tendo saído em 2012 da Madeira rumo a uma experiência no Irão e à procura do contrato de uma vida. Mas o sonho virou pesadelo. Duas lesões graves em dois joelhos diferentes atiraram-no para o desemprego. Parado há um ano e meio, mas em fase final de recuperação, Roberto acredita que em breve vai voltar ao ativo. Apesar da paragem, garante ter duas propostas de clubes brasileiros para relançar a carreira, mas o sonho é mesmo regressar à Europa...e ao Marítimo. De preferência, já em Janeiro.
Uma entrevista exclusiva ao Domínio Público.
- Saiu do Marítimo em 2012 para abraçar uma proposta irrecusável financeiramente de um clube do Irão, o Persépolis, mas as coisas não correram bem...
- Tudo começou bem e fui muito bem recebido pelo clube. O treinador era iraniano o que dificultava um pouco de início mas após algumas semanas chegou o Manuel José e a minha adaptação ficou mais facilitada. Depois disso chegou o Nilson, antigo guarda redes do Guimarães, e nessa altura tudo estava bem, até ao terceiro jogo quando me lesionei no joelho esquerdo. Aí tudo começou a se complicar. O clube já não queria pagar mais, pois queria que fosse operado no Irão, e no fim fizemos um acordo e rescindimos o contrato. Regressei ao Brasil para fazer a minha operação. -Levou o caso à FIFA?
Sim. Tive de levar porque eles não cumpriram com a parte deles do acordo que seria o pagamento de alguns salários. A FIFA deu uma data limite para o clube se pronunciar que era até ao mês passado e agora os advogados vão entrar em contato com a FIFA para ver qual será o próximo passo .
-Arrependeu-se de não ter renovado o contrato com o Marítimo no final da época de 2011/2012?
-Não sei se arrependimento é a palavra correta porque se tudo tivesse corrido bem no Irão estaria contente. A verdade é que essa lesão poderia ter acontecido na Madeira e estaria triste na mesma.- Quando foi a primeira lesão e há quanto tempo está sem jogar?
- A lesão foi em Julho de 2012, mas realizei a operação em Setembro. No final da recuperação tive o azar de me lesionar no outro joelho e fiz uma segunda cirurgia em Maio de 2013. Foram duas roturas de ligamentos cruzamentos dos dois joelhos. Primeiro do esquerdo e depois do direito.
- Em que fase da recuperação é que se encontra neste momento?
- O facto de não estar ainda a treinar no relvado, em trabalho com bola, não o limita a conseguir um clube a curto prazo?
- Vou demorar algumas semanas para conseguir ritmo competitivo porque é normal depois de duas lesões no joelho. Mas tenho muita vontade de voltar a jogar e creio que não será por aí o problema. O que pode dificultar a conseguir um clube é mesmo o longo período que estou sem jogar mas com fé em Deus ele abrirá uma porta de trabalho .
Que expetativas tem para a sua carreira neste momento?
- De poder relançá-la, já que estou há tanto tempo sem fazer o que mais gosto.
- Apesar de estar há tanto tempo parado, tem propostas.
- Tenho dois clubes aqui do Brasil que abriram as portas para mim, mas tenho vontade de regressar à Europa .
«NÃO ESTOU PREOCUPADO COM A PARTE FINANCEIRA»
- Voltar ao Marítimo é uma possibilidade real agora já em Janeiro?
- Se dependesse de mim claro, porque é um clube onde já conheço toda gente e onde fui bem tratado. Fiz bons anos aí, mas o meu eventual regresso também depende do interesse do presidente Carlos Pereira e do Pedro Martins.
-Gostava muito que isso acontecesse?
- Ficaria muito contente porque já conheço a casa, o treinador e a maioria dos jogadores. As três épocas em que aí estive fui duas vezes à UEFA e foram ótimas temporadas .
- Já houve conversas nesse sentido com a direção do Marítimo?
- Ainda não .
- A parte financeira pode ser problema?
- Não, porque o que mais quero é voltar a jogar. Não estou muito preocupado com a parte financeira .
- O facto de ter sido um jogador fundamental na equipa em todas as três épocas em que esteve no Marítimo e ainda o facto do meio-campo verde-rubro estar a ser um dos maiores problemas da equipa esta época, são dois pontos a favor para si num eventual regresso à Madeira?
- Isso pode ajudar sim, porque todos sabem da minha capacidade e o que posso ajudar .
«SE VOLTAR VOU PROCURAR SER MUITO MELHOR DO QUE JÁ FUI»
- Com 28 anos, e depois de uma carreira marcada por passagens por grandes clubes como o Celta de Vigo e o Salamanca, o que sente por estar agora sem clube?
- Sei que estou sem clube por causa da minha lesão. Se não estivesse lesionado estaria a jogar em algum clube mas sinto-me triste por não estar a fazer o que mais gosto.
- Tem acompanhado o campeonato do Marítimo?
- Tenho sim. Vejo que a temporada começou muito complicada, acho que devido à mudança de vários jogadores, mas pouco a pouco as coisas estão se encaixando.- Que mensagem quer deixar aos madeirenses que continuam a pedir que regresse?
- Quero agradecer o apoio que sempre tive quando aí estive, e quero dizer que se houver um regresso podem ter a certeza que vou procurar ser muito melhor do que já fui. Tenho muita vontade de voltar a jogar ao alto nível e o Marítimo seria um ótimo clube para realizar esse desejo. Quero muito regressar ao Marítimo!
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