Escolas e bairros
sociais são os equipamentos públicos com maior incidência mas há também edificações particulares, como a que as imagens documentam, que têm cobertura em fibrocimento.
Por EMANUEL SILVA
Este imóvel fica em plena cidade do Funchal, perto da Escola Francisco Franco. |
Em 2002 eram 51 os edifícios públicos identificados na
Madeira com amianto. O número foi reduzido para 39 em 2013, faltando agora
apenas 12. Mas a inventariação de coberturas em edifícios particulares está por fazer.
A 6 de Fevereiro último, o deputado regional do PSD, Roberto
Silva lembrou que a remoção de amianto “é um problema de disponibilidade
financeira, mas que não está esquecido”.
Na Madeira, desde 2002 que o material está a ser retirado.
Mas de forma lenta, persistindo ainda várias situações, em particular na
coberturas de edifícios.
O amianto, há muito banido pela legislação em vigor, pode
provocar tumores malignos (nos pulmões, estômago, esófago, cólon, recto, cordas
vocais e rins), através da inalação de partículas muito pequenas que flutuam no
ar e aderem às roupas. O amianto traz maiores riscos para a saúde quando está
presente nas canalizações e reservatórios de água para consumo humano.
A 22 de Janeiro último, o movimento cívico 'Somos Porto
Santo' promoveu uma acção de esclarecimento e distribuição de 'flyers' sobre o
problema da existência de amianto na Escola Básica e Secundária ‘Professor Dr.
Francisco Freitas Branco’. A Câmara do Porto Santo, agora presidida pelo
socialista Filipe Menezes de Oliveira já pediu explicações ao Governo Regional.
No Funchal, as escolas do Tanque (Santo António) e Cruz de
Carvalho mantém coberturas em amianto. Já são 135 as escolas da Região que ostentam
o galardão ‘bandeira verde’, uma das mais altas taxas do país. As que têm
amianto não o podem ou devem fazer.
A CDU-Madeira tem insistido nos últimos anos sobre este
problema visitando edifícios com coberturas em fibrocimento como os bairros da
Penha de França, Quinta das Freiras, Nazaré, Ajuda e Hospital (Funchal),
escolas e centros de saúde pré-fabricados. A iniciativa política foi denominada
'rota do amianto' e culminou, em 2011, com uma queixa na Provedoria de Justiça.
Em Janeiro de 2013, a CDU-M levou ao parlamento regional um
diploma que adaptava à Região a legislação nacional. O diploma foi apoiado por
toda a oposição, mas foi rejeitado pela maioria PSD. O mesmo destino que havia
tido um projecto semelhante da CDU discutido na ALM em Janeiro de 2008.
Já este ano, em Janeiro, a CDU levou novamente à ALM uma
proposta para que o Governo Regional concretize um programa de vigilância
epidemiológica activa às pessoas que estão a ser expostas à perigosidade do
amianto. O projecto propõe também que seja criado um fundo financeiro especial
para execução de um programa regional para a remoção do amianto nos edifícios.
Será discutido brevemente em plenário.
Em 1996 (legislação nacional que transpôs legislação
comunitária sobre este assunto) o Governo Regional não aplicou a lei da
República e até a questionou.
Hélder Spínola, actual deputado regional pelo PND, quando
era presidente da Quercus, foi o primeiro a denunciar os perigos do amianto.
Em Janeiro de 2011 foi divulgado que, no arquipélago dos
Açores, existiam cerca de 90 edifícios de propriedade pública com telhados que
incorporam produtos contendo amianto.
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