Por LUÍS ROCHA
O Museu de Arte Contemporânea do Funchal (Fortaleza de São Tiago) será palco, no próximo dia 7 de Novembro, da inauguração de uma exposição intitulada 'Cristos de José Rodrigues na Colecção Millennium BCP'. A ocasião deverá contar com a presença do presidente da Comissão Executiva do Millennium BCP, Nuno Amado, e da secretária regional da Cultura, Turismo e Transportes, Conceição Estudante.
A inauguração está agendada para as 18 horas da supracitada data, uma quinta-feira. A mostra deverá ficar patente ao público até 3 de Janeiro de 2014, e resulta directamente de uma exposição realizada pelo escultor português já há alguns anos, tendo nascido da vontade de celebrar o Jubileu do ano 2000. Precisamente intitulada 'Cristos', o primeiro lugar onde esta exposição pôde ser vista foi na igreja de São Lourenço (dos Grilos), no Porto. Posteriormente, esteve patente no Convento de Arouca, na igreja de San Domingos de Bonaval, em Santiago de Compostela, Espanha, na Sé Catedral de Viana do Castelo, na XII Bienal de Vila Nova de Cerveira e no Centro Cultural Mestre José Rodrigues, Alfândega da Fé, bem como na Câmara Municipal do Porto, entre outros lugares. Entretanto, o Millennium BCP adquiriu várias peças.
O ferro e a ferrugem fizeram parte de apresentações anteriores destas obras, concebidas em bronze e madeira, datadas de 1999 e que têm Cristo como protagonista, vendo-o na perspectiva de todo o homem sofredor. As mesmas destacam-se alguns centímetros da parede, beneficiando ainda de uma iluminação que as coloca em realce. Além das esculturas, há ainda desenhos a carvão sobre papel, e pinturas a acrílico sobre tela.
Aquando da inauguração desta mostra na autarquia portuense, em Março de 2013, na qual compareceram o então edil, Rui Rio, e o presidente da Fundação Millennium BCP, Fernando Nogueira, foi anunciada a instituição do Prémio José Rodrigues, promovido pela Fundação José Rodrigues, e que conta com o apoio instituicional da câmara portuense.
Caracterizadas, assumidamente, por um carácter teológico que reflecte a inspiração e perspectiva do próprio autor, profundamente dedicado à arte sacra e cujos trabalhos podem ser vistos em múltiplos altares de igrejas, de mosteiros e catedrais um pouco por todo o país, estas obras retratam Cristo como "toda a pessoa que sofre, qualquer pessoa que passa ali na esquina e que é pobre, que passa sacrifícios, que tem fome e é alvo de injustiças", nas palavras de José Rodrigues, em declarações anteriormente prestadas ao Jornal de Notícias.
O escultor e pintor já foi alvo de uma edição especial da revista 'Humanística e Teologia', da Faculdade de Teologia da Universidade Católica (Porto).
José Rodrigues nasceu em Luanda, em 1936, e realizou o curso de Escultura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Com Ângelo de Sousa, Armando Alves e Jorge Pinheiro constituiu, em 1968, o grupo 'Os Quatro Vintes'. Foi um dos fundadores da Cooperativa Cultural Árvore, no Porto, e um dos promotores da Bienal de Vila Nova de Cerveira. A Fundação com o seu nome está instalada no local que foi o seu atelier durante duas décadas, uma antiga fábrica de chapéus, conhecida como a 'Fábrica Social', situada em Santo Ildefonso, no Porto. Neste edifício existem espaços expositivos para mostras temporárias e permanentes, e até mesmo um auditório.
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