A Quinta Leonor já é utilizada actualmente para a prática de agricultura biológica |
Junta diz que os trabalhos estão
“em bom ritmo” e anuncia ‘mercadinho’
no centro da freguesia
Por PATRÍCIA GASPAR
Anunciado desde 2009 e uma das promessas centrais da
campanha social-democrata nas últimas eleições autárquicas, o projecto de
requalificação da histórica Quinta Leonor, com a instalação de um Centro de
Desenvolvimento Agrícola e Sociocultural no Jardim da Serra, parece estar finalmente
a caminho de ser concretizado.
José Ornelas, líder da Junta de Freguesia do Jardim da
Serra, garante que os trabalhos “estão em bom ritmo” e que até 2015 a população vai poder
usufruir daquele espaço. “Estamos convictos de que a Quinta Leonor ficará
concluída até meados de 2015, é uma grande probabilidade”, declara.
O autarca social-democrata dá conta de um projecto ambicioso
que inclui a criação de um museu etnográfico e de um laboratório de investigação, relacionado
com a recolha, a preservação e a reprodução da biodiversidade agrícola madeirense.
“Para além da quinta pedagógica, pretendemos também instalar
naquele espaço um atelier, uma oficina, uma casa de chá e um parque infantil”,
adianta José Ornelas, enfatizando “a utilidade” do projecto para os locais e
visitantes.Roteiro turístico em marcha
Rentabilizar as potencialidades turísticas do Jardim da Serra é o objectivo da actual liderança da Junta de Freguesia que vai avançar, numa linha de continuidade, com um roteiro turístico direccionado para as zonas de produção e de cultivo da cereja.“O nosso roteiro pretende divulgar e fazer justiça à beleza do Jardim da Serra e de sítios únicos como a Boca dos Namorados, a Boca e Levada da Corrida, a Quinta do Jardim da Serra – que dizem os antigos tem a árvore mais alta da Madeira, um ‘Eucaliptus Globulos’ - a Levada do Norte e ‘a zona da Aguagem’: uma queda de água de 50 metros com uma vista fantástica”, explica José Ornelas.
O autarca anuncia ainda a criação de ‘um mercadinho’ no
centro da freguesia cujo objectivo é dar aos agricultores e artesãos locais a
possibilidade de exporem produtos regionais, contribuindo para a sua
preservação no contexto local.
Em tempo de contenção, o presidente da Junta do Jardim da
Serra diz contar com “a ajuda de 30 pessoas do Programa Ocupacional de Trabalhadores Subsidiados do Instituto de Emprego da
Madeira” para concretizar os projectos em carteira.Uma quinta muito cobiçada
Localizada no Caminho dos Murinhos, junto ao hotel do Jardim
da Serra, a Quinta da Leonor é constituída por uma residência, com características típicas das
antigas quintas madeirenses, e um terreno agrícola.
A propriedade pertenceu, diz o dicionário corográfico câmara-lobense,
primitivamente a Henry Veitch, o mesmo proprietário da Quinta do
Jardim da Serra, um facto comprovado em 1877, por um auto de penhora feito pela
Fazenda Pública aos rendimentos provenientes das propriedades do já falecido
Henry Veitch.Até ao século XX, o espaço passou a ser propriedade do Governo Regional cujo objectivo era ampliar a Escola Básica do 1º ciclo do Jardim da Serra. Certo é que a Quinta do Leonor foi sempre cobiçada, com vários partidos e organismos, entre eles o movimento ‘Seremos freguesia do Jardim da Serra’, o PSD-M e a CDU-M, a reivindicarem a sua rentabilização para fins públicos.
Em finais de 2008, princípios de 2009, a propriedade
foi pretendida pela Confraria das Carne para instalação de um centro gastronómico,
uma pretensão contrariada pela Junta de Freguesia do Jardim da Serra.
Por deliberação do Conselho de Governo de 12 de Março de 2009,
as áreas disponíveis da Quinta Leonor foram então cedidas, por um período de dez anos, à Junta de Freguesia
do Jardim da Serra para a instalação de um Centro de Desenvolvimento Agrícola e
Sociocultural, um sonho, realça o actual líder da Junta, José Ornelas, prestes a se concretizar”.
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