Revela uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas ao património móvel declarado perdido a favor da Região em 2013.
Por EMANUEL SILVA
A Direcção Regional do Património (DRPA) “não dá uma
resposta integrada à gestão dos bens que se destinam a ser vendidos, tornando possível
a acumulação de bens no cofre e no armazém sem daí advir qualquer benefício
para Região, e fazendo sobressair alguma indefinição e incerteza na forma de
rentabilização desse património”.
A conclusão é de uma “auditoria no âmbito do património
móvel da RAM- bens declarados perdidos a favor da RAM em 2013”, hoje
disponibilizada pelo Tribunal de Contas (TdC).
Segundo a auditoria o sistema de controlo e de gestão em
vigor permite determinar a quantidade e a natureza dos bens entregues à DRPA,
mas “não permite a obtenção de informação agregada sobre todos os bens móveis
que ingressaram no património da Região em 2013, contendo, nomeadamente, a sua
descrição, o respectivo valor, o registo de entrada na DRPA, os factos
patrimoniais ocorridos e a sua situação final”.
Mais conclui a auditoria que “a gestão patrimonial exercida
pela DRPA, no ano em referência, confinou-se à afectação de parte dos bens
recebidos a diversos serviços da administração pública regional, ficando a
componente mais significativa daqueles bens acondicionada no cofre (objetos em
metais preciosos e valores) e no armazém da DRPA”.
Além disso, prossegue o TdC, “o plano de gestão de prevenção
dos riscos de corrupção e infrações conexas da DRPA está desajustado da
estrutura orgânica aprovada pelo DRR n.º 18/2012/M, de 1 de agosto, e não considera
eventuais riscos associados à gestão dos bens móveis, incluindo os bens
declarados perdidos a favor da RAM”.
Assim, o TdC recomenda à DRPA “que, no âmbito da prossecução
das respectivas atribuições de gerir os bens declarados perdidos a favor da
Região, proceda à inventariação dos bens integrados no universo dos meios
patrimoniais sob a sua administração directa, tendo em vista, no mais curto
prazo, a adequação dos registos contabilísticos às respectivas existências
físicas”.
Na sequência da auditoria, a DRPA demonstrou no contraditório
que aprovou medidas destinadas a corrigir algumas falhas do sistema de gestão
dos bens, incidindo, concretamente, sobre o destino a dar aos “valores em
dinheiro” e a alienação dos “bens referentes ao ouro e relojoaria”.
Referira-se que, em 2013, o património móvel disponível do
domínio privado da RAM incorporou um conjunto variado de bens móveis que, tendo
sido declarados perdidos a favor da Região, por decisão jurisdicional, foram
entregues à DRPA.
A auditoria incidiu sobre o controlo e a gestão desses bens,
constituídos, na sua maior parte, por objectos em ouro, prata, dinheiro,
relógios, canetas, telemóveis, equipamentos de som e máquinas fotográficas.
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