terça-feira, 29 de outubro de 2013

O novo paradigma verde-rubro

OPINIÃO
Por SÉRGIO FREITAS TEIXEIRA

O Marítimo terminou a época passada em 10º lugar, com menos 12 pontos em relação a 2011/2012. Esta temporada, e depois da brilhante vitória sobre o Benfica logo no arranque, os verde-rubros ocupam, à oitava jornada, a dececionante 13ª posição, com apenas sete pontos.

Há quatro jornadas que as derrotas têm feito parte do quotidiano verde-rubro. Primeiro com o Belenenses (1-0), depois com o Paços de Ferreira (4-3), Guimarães (1-0) e agora com o Estoril. O momento é delicado e no passado semelhante conjuntura seria, porventura, suficiente para a clássica "chicotada psicológica".

Porém, atualmente, vive-se um novo paradigma no Marítimo. Um novo paradigma que chegou com a entrada de Pedro Martins no clube, há quatro anos. Profundo conhecedor do futebol português, o técnico natural de Santa Maria da Feira trouxe para Santo António um novo método de trabalho, assente na aposta dos valores da equipa B, nunca tendo receio de fazer apostas pessoais em jovens da equipa secundária. Ruben Ferreira e Sami são dois dos muitos exemplos.

Pedro Martins levou o Marítimo pela primeira vez à fase de grupos da Liga Europa e não esteve longe de conseguir fazer ainda mais história, ao estar muito perto de levar o clube madeirense à fase seguinte da prova.

A preocupação dada pela atual equipa técnica a toda a estrutura de futebol verde-rubro, implementando um modelo único desde a formação e estabelecendo princípios semelhantes em todos os escalões são também inovações em relação ao passado e que, juntando ao trabalho meritório desenvolvido na equipa principal - analisando o global das épocas da era Pedro Martins - contribuem para um elevado capital de confiança da atual equipa técnica junto da direção liderada por Carlos Pereira.

O líder verde-rubro não questiona a capacidade inegável de Pedro Martins e por isso mantém o voto de confiança ao trabalho desenvolvido pelo treinador nortenho. Um decisão corajosa (que não me surpreendeu) num técnico que é já aquele com mais jogos consecutivos da história do Marítimo: 122 jogos! Mais do que aqueles feitos por Nelo Vingada.

Mudanças são obrigatórias

Apesar de tudo, é certo que algo terá de mudar para inverter o quanto antes este ciclo negativo e melhorar os resultados e as exibições verde-rubras. Maior consistência defensiva, maior capacidade de pressão da equipa no seu global, e maior criatividade dos avançados. Três mudanças na forma de jogar da equipa que, a juntar a uma ou outra mexida no "onze", seriam, na minha opinião, mais do que suficientes para o retomar o trilho das vitórias. A qualidade do grupo não deve ser posta em causa, não fossem estes os mesmos jogadores que venceram o Benfica na primeira jornada.

Excetuando a deslocação a Alvalade na próxima jornada, o ciclo de três jogos que se seguem será de grande importância. O Marítimo recebe o Gil Vicente, vai ao terreno do Arouca e recebe depois o rival Nacional.

E motivação não parece faltar dentro de grupo de trabalho para o regresso à normalidade.

Sem comentários:

Enviar um comentário