segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Quadro competitivo da Liga Europa pode mudar em 2015

Por SÉRGIO FREITAS TEIXEIRA

Grandes clubes europeus devem propor à UEFA mudanças para daqui a dois anos. Potenciar a competitividade e por via disso gerar mais receitas é a grande meta

É uma notícia exclusiva do Domínio Público. As ideias foram debatidas esta segunda-feira, em Barcelona, entre alguns dos principais clubes europeus e em breve devem ser apresentadas à UEFA tendo em vista uma possível implementação a partir de 2015.
«As receitas da Liga Europa são cerca de sete vezes inferiores às da Liga dos Campeões. Para 2013/15 estão previstos 1.800 milhões de euros de receitas sendo 250 a 300 milhões euros da Liga dos Campeões. Em cima da mesa esteve uma possível remodelação no figurino da Liga Europa, de forma a que esta deixe de ser o parente pobre da Liga dos Campeões», começou por explicar ao Domínio Público o diretor financeiro do Marítimo, Sancho Freitas.

O Marítimo representou Portugal esta segunda-feira em mais uma reunião da ECA (European Club Association), no grupo de trabalho sobre Marketing e Comunicação. O encontro realizou-se no mítico Campo Nou, Estádio do Barcelona e contou com a participação de 18 clubes europeus. Manchester United, Milan, Bayern de Munique, Juventus, Barcelona, Valência, Sevilha e Galatasaray foram algumas das principais coletividades presentes.

Sobre uma possível mudança do figurino da Liga Europa a UEFA é quem tem a palavra final, mas o grupo ECA tem uma influência importante.
«Este grupo funciona como um grupo de pressão junto da UEFA. Quando se fala numa possível mudança do quadro competitivo após 2015, a ideia é potenciar a competitividade da Liga Europa e por via disso gerar mais receitas, mas atenção que não há nada em concreto. Quem decide isso é a UEFA. A ECA só faz lobby», assumiu Sancho Freitas, dando um exemplo da grande necessidade de serem aumentadas as receitas para a Liga Europa, para tornar a prova mais apelativa:
«Os clubes ingleses disputam os jogos da Liga Europa com as suas segundas equipas para não hipotecar as competições internas, e isso reflete-se na qualidade da competição europeia.»


Marítimo, o único de Portugal em 117 candidaturas
Para o diretor financeiro do Marítimo «a fase de grupos apresenta, do ponto de visita dos clubes, vantagens e desvantagens. Retira emoção à competição mas assegura um maior número de jogos aos clubes mais fracos, o que se reflete nas suas receitas.»
Recorde-se que há duas épocas o Marítimo acabou por encaixar cerca de dois milhões de euros em receitas provenientes da ida à fase de grupos da Liga Europa. Em relação aos objetivos gerais da reunião, esta «serviu para abordar a problemática das receitas dos clubes de futebol europeus, tendo em conta que cada vez mais existem realidades bastante distintas entre países e, dentro destes, entre clubes», destacou o responsável, lembrando:
«O papel do Marítimo neste grupo de trabalho é, sobretudo, aprender com os maiores clubes europeus mas também dar conta dos constrangimentos que um mercado insular e exíguo como o regional apresenta nomeadamente no que diz respeito a gerar receitas», explicou Sancho Freitas.

O Marítimo foi o único clube português no grupo de trabalho Marketing e Comunicação ao qual se candidataram 117 clubes. No geral, o clube verde-rubro representa a Madeira na ECA, e é mesmo o quinto clube português presente,  depois do Benfica, FC Porto, Sporting e Braga.

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