terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Companhia de seguros pede mais de 266 mil euros por acidente no túnel do Curral

Seguradora avança com acção de regresso contra AFAvias, encarregado da obra, engenheiro geólogo e encarregado geral da obra.


Por EMANUEL SILVA
Foto DR
Deu entrada a 12 de Novembro último, no Tribunal de Vara Mista do Funchal um processo movido pela companhia de seguros Fidelidade contra Flório Quintal, encarregado da obra; Luís Miguel Freire, engenheiro geólogo; Raimundo Calhau, encarregado geral da obra; e a empresa de construção Afavias.
A Fidelidade pede 266.803,32 euros a título de direito de regresso.

O caso remonta a Março de 2003, quando quatro trabalhadores morreram e outros quatro ficaram feridos quando uma carga de explosivos detonou fora de tempo na construção do túnel do Curral das Freiras (túnel entre a Ribeira da Lapa e o Curral das Freiras)

A 14 de Janeiro de 2010, o Tribunal de Vara Mista do Funchal condenou três responsáveis que estiveram, segundo o tribunal, na origem do acidente ocorrido a 7 de Março de 2003, que provocou a morte de quatro pessoas, com idades entre os 22 e 37 anos, e ferimentos noutras tantas.

Os arguidos foram condenados pela prática do crime de infracção de regras de construção, na forma agravada.

A pena mais pesada (cinco anos e seis meses de prisão) foi para o encarregado da obra, porque era o único com certificação para manusear explosivos e porque abandonou o túnel durante os trabalhos que deveria supervisionar. Os outros dois responsáveis, o encarregado geral e o engenheiro geólogo, foram condenados (cada um a quatro anos e seis meses de pena efectiva), porque se provou que tinham conhecimento que trabalhadores não qualificados estavam a lidar com o dinamite.

Os arguidos recorreram para o Tribunal da Relação de Lisboa que, a 6 de Novembro de 2010, retirou seis meses às penas: o encarregado foi condenado a cinco anos de prisão e o encarregado geral e o engenheiro geólogo a quatro anos de prisão (penas suspensas pelo mesmo período).

A par da responsabilidade criminal, recentemente, o Tribunal de Vara Mista apreciou a responsabilidade civil. A 23 de Julho último condenou a empresa Afavias e três encarregados da obra a pagar, solidariamente, uma indemnização total de 225 mil euros às famílias de três vítimas.

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