Seguradora avança com acção de regresso contra AFAvias, encarregado da obra,
engenheiro geólogo e encarregado geral da obra.
Por EMANUEL SILVA
Deu entrada a 12 de Novembro
último, no Tribunal de Vara Mista do Funchal um processo movido pela companhia
de seguros Fidelidade contra Flório Quintal, encarregado da obra; Luís Miguel
Freire, engenheiro geólogo; Raimundo Calhau, encarregado geral da obra; e a
empresa de construção Afavias.
A Fidelidade pede 266.803,32 euros a título de direito de regresso.
Foto DR |
A Fidelidade pede 266.803,32 euros a título de direito de regresso.
O caso remonta a Março de 2003, quando
quatro trabalhadores morreram e outros quatro ficaram feridos quando uma carga
de explosivos detonou fora de tempo na construção do túnel do Curral das
Freiras (túnel entre a Ribeira da Lapa e o Curral das Freiras)
A 14 de Janeiro de 2010, o
Tribunal de Vara Mista do Funchal condenou três responsáveis que estiveram,
segundo o tribunal, na origem do acidente ocorrido a 7 de Março de 2003, que
provocou a morte de quatro pessoas, com idades entre os 22 e 37 anos, e
ferimentos noutras tantas.
Os arguidos foram condenados pela
prática do crime de infracção de regras de construção, na forma agravada.
A pena mais pesada (cinco anos e
seis meses de prisão) foi para o encarregado da obra, porque era o único com
certificação para manusear explosivos e porque abandonou o túnel durante os
trabalhos que deveria supervisionar. Os outros dois responsáveis, o encarregado
geral e o engenheiro geólogo, foram condenados (cada um a quatro anos e seis meses
de pena efectiva), porque se provou que tinham conhecimento que trabalhadores
não qualificados estavam a lidar com o dinamite.
Os arguidos recorreram para o
Tribunal da Relação de Lisboa que, a 6 de Novembro de 2010, retirou seis meses
às penas: o encarregado foi condenado a cinco anos de prisão e o encarregado
geral e o engenheiro geólogo a quatro anos de prisão (penas suspensas pelo
mesmo período).
A par da responsabilidade
criminal, recentemente, o Tribunal de Vara Mista apreciou a responsabilidade
civil. A 23 de Julho último condenou a empresa Afavias e três encarregados da
obra a pagar, solidariamente, uma indemnização total de 225 mil euros às
famílias de três vítimas.
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