terça-feira, 13 de maio de 2014

Fernando Cardozo: «Sempre houve um grande respeito e compreensão pela mudança para o Marítimo»


Por SÉRGIO FREITAS TEIXEIRA

Fernando Cardozo foi um dos centrais mais marcantes de sempre da história do Nacional. O brasileiro esteve cinco épocas no clube tendo sido um jogador preponderante no eixo defensivo alvi-negro. Numa entrevista ao Domínio Público, Cardozo, agora com 35 anos e a jogar no Brasil de Pelotas, também não esqueceu o Marítimo onde esteve duas épocas. O central identifica as principais diferenças entre os rivais da Madeira.

- Depois de sempre ter jogado no Brasil, em 2003 chegou pela primeira vez ao futebol europeu para representar o Nacional. Lembra-se como foi essa transferência?
Tinha feito um bom campeonato brasileiro no ano de 2003 pelo Internacional de Porto Alegre, e já estava a renovar o contrato quando recebi do Sr. Rui Alves a proposta para jogar pelo Nacional. Como todo o jogador brasileiro, sonhava jogar na Europa e felizmente tudo deu certo.

- Quando chegou à Madeira como foi a integração na ilha e no clube?
- Quando chegámos a Madeira encontrámos muita gente amiga que de tudo fizeram para nos sentirmos em casa. E foi o que aconteceu ao longo das épocas em que aí estivemos.
 
- Que análise faz das cinco épocas que passou no Nacional?
Boas temporadas, com importantes conquistas e a participação no crescimento do clube, Vivemos bons momentos.
 
- Quais foram os momentos mais marcantes da longa passagem pelo clube alvi-negro?
- Foram épocas de bons resultados. Acho que a primeira época marcou bastante porque coincidiu com o acesso à UEFA e com o 4º lugar no campeonato.
 
- Ciente da rivalidade que existe entre Nacional e Marítimo como foi essa passagem para o rival, em 2008/2009?
- Foi difícil por tantos anos e por tantos amigos que tinha no Nacional...mas ao mesmo tempo iria conviver com amigos que antes eram rivais, como por exemplo o prof. João Abel, o Marcos, guarda- redes, o João Guilherme, etc...
 
- Quando jogava contra o Nacional qual era o sentimento?
- (Risos). O sentimento era o de buscar a vitória... e principalmente nos dérbis, brincava com os amigos do Nacional ao dizer que desejava sorte em todos os jogos, menos, é claro, nos dérbis.
 
- Na rua, ouvia comentários dos madeirenses relacionados com a mudança do Nacional para o Marítimo ou nem por isso?
- Sempre houve um grande respeito e compreensão com a minha mudança para o Marítimo e nunca tive problemas com os torcedores alvinegros.

«FUI MUITO BEM RECEBIDO NO MARÍTIMO»

- Como foram as duas épocas no Marítimo?
- Foram muito boas, acredite. Fui muito bem recebido no Marítimo pelos velhos amigos, pelos novos companheiros e, principalmente, pelo presidente Carlos Pereira.
 
- E como foi a fase final no Maritimo, quando foi emprestado ao Leixões?
- Na altura o Leixões passava por um momento muito difícil na Liga, e recebi o pedido de um amigo para tentar ajudá-lo. Procurei fazer o máximo para que o clube tivesse mais sucesso...
 
- Quais foram as principais diferenças que sentiu entre um e outro clube?
- As diferenças eram nas cores, na localização dos estádios, no local de treino...Digo isso porque nos dois clubes eu e a minha família sempre fomos tratados com muito carinho e atenção de todos os que faziam parte dos mesmos.
 
- Qual foi o melhor e o pior momento da carreira até agora?
- Os melhores momentos são os muitos amigos que conquistei e conquisto, e que só futebol pode proporcionar, já o pior acho que será quando terminar a minha carreira de jogador de futebol.
 
- Sei que renovou recentemente o contrato com o Brasil de Pelotas. Com 35 anos, até quando espera jogar?
- Hoje penso sempre no próximo jogo, e, graças a Deus, tenho feito bons jogos. Enquanto a condição física o permitir continuarei dentro das quatro linhas! Quero aproveitar a oportunidade para mandar um grande abraço a todos os amigos e adeptos que me ajudaram ao longo dos anos em que estive nessa terra abençoada e que sempre me acolheu com muito carinho.

3 comentários:

  1. saudades do Grande Homem e profissional que foi o Fernando Cardozo....
    Obrigado a ele e a sua família...

    ResponderEliminar
  2. Caros, sou torcedor do Brasil de Pelotas. Aqui na nossa cidade, ao sul do Brasil, o Fernando Cardozo também trocou de rivais. Saiu do Pelotas para defender o nosso clube, que busca acesso à Terceira Divisão. Estamos firmes. Abraços aos amigos da Ilha da Madeira

    ResponderEliminar
  3. Obrigado, caro leitor, por nos acompanhar. Foi, de facto, um grande profissional, o Fernando Cardozo, quer no Nacional, quer no Marítimo. Felicidades para o seu clube e saudações para o Brasil.

    ResponderEliminar