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quinta-feira, 5 de junho de 2014
Mostra 'Madeira: do Atlântico aos confins da Terra' assinala 500 anos da Diocese do Funchal
Por LUÍS ROCHA
'Madeira: do atlântico aos confins da Terra' é como se intitula a exposição que será inaugurada no próximo dia 14 do corrente mês de Junho (um sábado), às 11h30, no Museu de Arte Sacra do Funchal. A mostra reúne múltiplas peças, de entre as mais preciosas que a Diocese do Funchal possui, datadas de entre os séculos XV ao século XX. Este conjunto é proveniente de variads capelas e igrejas da Madeira e Porto Santo.
A exposição insere-se no âmbito das comemorações do Jubileu dos 500 anos da Diocese do Funchal, e terá numerosos motivos de interesse, entre os quais 56 peças de ourivesaria, escultura e pintura, muitas das quais estarão pela primeira vez expostas ao público.
Aliás, conforme apurámos, foram praticamente deixadas fora desta exposição as colecções do Museu de Arte Sacra, para se dar maior visibilidade a peças que foram propositadamente sujeitas "a aturados trabalhos de conservação e restauro".
Contrariamente a outras mostras já organizadas pelo Museu de Arte Sacra, ou com as colecções da Diocese, nesta ocasião dá-se particular destaque à escultura e aos exemplares dos séculos XVII e XVIII.
Precisamente nesta área da escultura, merece particular destaque o 'Cristo Crucificado', de uma oficina portuguesa de meados do século XV, originário do Convento de São Francisco do Funchal, hoje na Sé Catedral. Outra peça especial é a 'Virgem com o Menino', de uma oficina de Antuérpia de inícios do século XVI, da Matriz da Ribeira Brava, e outra ainda é o 'Senhor da Paciência', de uma oficina portuguesa de meados do século XVII, da capela de Nossa Senhora da Vida na Fajã do Mar, Madalena do Mar.
Também merece relevo a 'Santa Rita de Cassia' da Sé do Funchal, proveniente de uma oficina de Lisboa de meados do século XVIII, ou a 'Nossa Senhora com o Menino', do notável escultor madeirense Francisco Franco, da igreja de São Gonçalo, no Funchal.
Já no que concerne à pintura, merecem particular menção a 'Sagrada Família', da escola flamenga do início do século XVI, da capela do Espírito Santo do Porto Santo, um conjunto de quatro pinturas atribuíveis ao mestre de Abrantes, de inícios da segunda metade do século XVI, da igreja de São Brás do Arco da Calheta, ou a 'Imaculada Conceição, Santa Ana e São Joaquim, com os Doadores', de Martim Conrado, datada de 1646.
Na ourivesaria, salienta-se a Cruz Processional da Matriz da Calheta, manuelina, em prata dourada de inícios do século XVI, o Cálice da igreja da Ponta do Pargo, em prata dourada de inícios do século XVI, ou a Cruz Relicário da Arquidiocese do Funchal, de meados do século XVI e proveniente da Sé do Funchal.
Um dos critérios da selecção destas obras, para além da sua superior qualidade artística, é o de se tratarem de peças relativamente desconhecidas no contexto do riquíssimo acervo patrimonial e artístico conservado nas paróquias e capelas da Diocese.
No que diz respeito à organização logística, os restauros foram realizados com participação das próprias paróquias, de Fernando Chagas, de Carlos Teles, presidente da Câmara Municipal da Calheta, e das instituições bancárias Banif e Millennium BCP.
Esta exposição é comissariada por Francisco Clode de Sousa, director de serviços de Museus e Património da DRAC, de Luíza Clode, da direcção artística do Museu, contando ainda com a participação das docentes e investigadoras Rita Rodrigues e Isabel Santa Clara e de D. Teodoro Faria, bispo emérito do Funchal, em representação de D. António Carrilho, bispo do Funchal.
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